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CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO RETRÓGRADA: SALVAMENTO DO PÉ ISQUÊMICO.

Com o avanço das técnicas endovasculares, angiográficas e da microcirurgia tem sido possível a realização de procedimentos em artérias de pequeno calibre ao nível do tornozelo e do pé. No entanto, tais técnicas exigem a presença de leito arterial distal, que está ausente em muitos pacientes o que os condena a uma amputação do membro por falta de recursos terapêuticos convencionais.

A revascularização retrógrada é baseada na derivação do fluxo arterial através do sistema venoso distal, com a finalidade de atingir a microcirculação de maneira retrógrada e promovendo a melhora da dor em repouso, cicatriza­ção de úlceras e amputações menores.

Este blog irá disponibilizar aos interessados a técnica de revascularização retrograda com suas particularidades. Pretende ser um polo para a divulgação e discussão do tema com o objetivo de estabelecer um protocolo para pacientes acometidos por diferentes patologias e que apresentam isquemia crítica sem leito arterial distal (aterosclerose, diabetes melito, tromboangeite obliterante e trombose de aneurisma poplíteo).

quinta-feira, 27 de março de 2014

PÓS-OPERATÓRIO

Embora Lengua (2006) utilize heparina de BPM durante uma semana no pós-operatório imediato de seus pacientes passando para varfarina. Nós utilizamos a heparina como profilaxia para TVP/TEP juntamente com antiplaquetário que mantemos nos pacientes com insuficiência arterial.
            A difusão do sangue arterializado através do arco venoso e das metatarsianas se faz para veias profundas do pé, que por sua vez, se difundem para superficiais proximais graças a ausência de válvulas em um número considerável de veias perfurantes (Lofgren et al,1968).

Estes achados podem ser comprovados pela arteriografia pós-operatória de pacientes que apresentam difusão do contraste nos arcos venoso dorsal (figura 1A) e plantar, como na (figura 1B) onde notamos o enchimento do arco plantar do pé e da veia safena parva.



(Figura 1A)

(Figura 1B)

Figura 1 – Difusão do contraste para o arco venoso dorsal e veias tibiais anteriores (A) e para arco venoso plantar e veia safena parva (B).

FISIOLOGIA DA ARTERIALIZAÇÃO
Lengua (2006) apresenta três hipóteses para a fisiologia da arterialização:

1 1. Inversão parcial: O aumento do gradiente veno-arterial permitiria o fluxo através das comunicações arteriovenosas em sentido inverso atingindo a arteríola pré-capilar.

    2. Inversão total: O fluxo arterial à contra corrente atingiria os capilares no sentido veno-arterial.

    3. Inversão mista: aonde os dois fenômenos anteriores coexistiriam.  



    Referências:
   Lengua Almora F; Arterialization Del Pie Por Isquemia – Ultima Oportunidad para evitar amputaciones em diabéticos.1ª edicion. Lima, Ed. Delvi S.R.L.Julio, 2006.
    
    Lofgren E.P, Myers T.T, Lofgren K.A, Kuster G. The venous valves of the foot and ankle. Surg Gynecol & Obst 1968;8:289-290
 





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