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CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO RETRÓGRADA: SALVAMENTO DO PÉ ISQUÊMICO.

Com o avanço das técnicas endovasculares, angiográficas e da microcirurgia tem sido possível a realização de procedimentos em artérias de pequeno calibre ao nível do tornozelo e do pé. No entanto, tais técnicas exigem a presença de leito arterial distal, que está ausente em muitos pacientes o que os condena a uma amputação do membro por falta de recursos terapêuticos convencionais.

A revascularização retrógrada é baseada na derivação do fluxo arterial através do sistema venoso distal, com a finalidade de atingir a microcirculação de maneira retrógrada e promovendo a melhora da dor em repouso, cicatriza­ção de úlceras e amputações menores.

Este blog irá disponibilizar aos interessados a técnica de revascularização retrograda com suas particularidades. Pretende ser um polo para a divulgação e discussão do tema com o objetivo de estabelecer um protocolo para pacientes acometidos por diferentes patologias e que apresentam isquemia crítica sem leito arterial distal (aterosclerose, diabetes melito, tromboangeite obliterante e trombose de aneurisma poplíteo).

terça-feira, 25 de março de 2014

INTRODUÇÃO

A melhora dos materiais, das técnicas endovasculares e angiográficas e o emprego da microcirugia tem permitido a realização de procedimentos em artérias de pequeno calibre ao nível do tornozelo e do pé (Pomposelli et al, 1990). No entanto, um número apreciável destes pacientes encontra-se fora do alcance de todo recurso terapêutico convencional, tanto médico como cirúrgico (Campbell et al, 2000). Estes pacientes estão condenados a uma amputação de membro.
A aterosclerose obliterante, especialmente aquela acompanhada de diabetes melitus; a tromboangeite obliterante na maioria absoluta dos seus casos; e o aneurisma  de artéria poplítea com trombose do leito distal são condições em que encontramos pacientes em isquemia crítica sem leito arterial distal. Nesta situação, a única maneira de irrigar o membro isquêmico é derivar o fluxo arterial através do sistema venoso, com a finalidade de atingir a micro-circulação de maneira retrógrada.
As primeiras tentativas de fístulas arteriovenosas terapêuticas datam do inicio do século passado. Realizadas na parte proximal dos membros inferiores não obtiveram resultados favoráveis. A partir da década de 70, com os trabalhos pioneiros de Lengua (1975), as fístulas passaram a ser estendidas até o pé, e os bons resultados apareceram em várias publicações. 

Referências:
·  - Pomposelli FB, Jepsen SJ, Gibbon GW, Campbell DR, Logerfo FW. Efficacy of the dorsal pedal bypass for limb salvage in diabetic patients: Short term observations; J Vasc Surg 1990; 111:745-52.
·  - Campbell WB, Verfaille P, Ridler BM, Thomson JF. Non operative treatment of advanced limb ischaemia: the division for palliative care. Eur J Vasc Endovasc Surg 2000; 19: 246-49.

·   -  Lengua F. Technique d’artérialisation du réseau veineux du pied. Press Med 1975; 4:1039-42.

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