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CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO RETRÓGRADA: SALVAMENTO DO PÉ ISQUÊMICO.

Com o avanço das técnicas endovasculares, angiográficas e da microcirurgia tem sido possível a realização de procedimentos em artérias de pequeno calibre ao nível do tornozelo e do pé. No entanto, tais técnicas exigem a presença de leito arterial distal, que está ausente em muitos pacientes o que os condena a uma amputação do membro por falta de recursos terapêuticos convencionais.

A revascularização retrógrada é baseada na derivação do fluxo arterial através do sistema venoso distal, com a finalidade de atingir a microcirculação de maneira retrógrada e promovendo a melhora da dor em repouso, cicatriza­ção de úlceras e amputações menores.

Este blog irá disponibilizar aos interessados a técnica de revascularização retrograda com suas particularidades. Pretende ser um polo para a divulgação e discussão do tema com o objetivo de estabelecer um protocolo para pacientes acometidos por diferentes patologias e que apresentam isquemia crítica sem leito arterial distal (aterosclerose, diabetes melito, tromboangeite obliterante e trombose de aneurisma poplíteo).

domingo, 5 de janeiro de 2014

ANATOMIA DO SISTEMA VENOSO DO MEMBRO INFERIOR

A rede venosa do pé está disposta em quatro planos:

·        Superficial dorsal (1º plano): Formado pelo arco venoso que se origina da veia marginal externa (lateral). Recebe a drenagem venosa de quatro veias metatarsianas em sua margem convexa e dois ou três ramos na margem côncava fazendo continuidade com a veia marginal interna (medial) e a safena magna. O arco dorsal por ser duplo em 1/3 dos casos quando a parte medial recebe a drenagem da primeira e segunda metatarsiana.


Fonte: MOORE, K.L. Anatomia Orientada para a Clínica. 5ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

Trajeto da veia safena magna: A veia dorsal do hálux + arco venoso dorsal drenam para a veia safena magna que ascende anterior ao maléolo medial, segue posterior ao côndilo medial do fêmur, atravessa o hiato safeno e drena para a veia femoral.

·     Profundo dorsal (2º plano) e plantar (4º plano): Acompanham as artérias digitais e metatarsianas que se comunicam respectivamente com as veias tibiais anteriores e posteriores. São duas veias para cada artéria.
Fonte: MOORE, K.L. Anatomia Orientada para a Clínica. 5ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
Fonte: MOORE, K.L. Anatomia Orientada para a Clínica. 5ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
Fonte: MOORE, K.L. Anatomia Orientada para a Clínica. 5ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

·         Superficial plantar (4º plano): Desembocam na arcada venosa plantar que comunica-se com a safena externa (parva).
Trajeto da safena externa (parva): A veia dorsal do 5º dedo + o  arco venoso plantar desembocam na safena extena (parva) na face lateral do pé, acende posteriormente ao maléolo lateral como continuação da veia marginal lateral, percorre a margem lateral do tendão calcâneo, inclina-se para a linha mediana da fíbula e penetra na fáscia muscular, ascende entre as cabeças do músculo gastrocnêmio na face posterior do maléolo lateral e drena para a veia poplítea.

Fonte: MOORE, K.L. Anatomia Orientada para a Clínica. 5ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.


Veias perfurantes: Veias que comunicam o sistema venoso superficial com o sistema venoso profundo. Fazem o fluxo do sentido superficial para o profundo.
Sherman (1949) descreveu 8 veias perfurantes na parte medial do pé e 7 na lateral.
Lofgren (1968) injetou pressão em veias perfurantes do arco venoso dorsal (entre o 1º e o 2º metatarsiano) e notou enchimento das veias superficiais da porção próxima, dissecou 10 extremidades amputadas encontrou 6-12 perfurantes sendo que em média 9 comunicavam o sistema profundo com o superficial. De 94 perfurantes dissecadas, 49 não tinha válvulas, permitindo o fluxo venosos em ambas as direções, 41 tinham uma válvula próxima ao sistema superficial e 4 tinham uma segunda válvula.
Outros estudos vêm comprovando essa teoria de que as veias perfurantes do pé permitem o duplo sentido de fluxo, a perfurante de maior importância é a do 1º espaço interdigital que mede aproximadamente 3 mm, chamada também de perfurante 6, que desemboca em 90% dos casos no arco venoso dorsal e algumas vezes na 1ª metatarsiana dorsal, sendo avalvulada em 93% dos casos (Lengua, 1988; Garrido, 2002).

Referências:

MOORE, K.L. Anatomia Orientada para a Clínica. 5ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

Lengua F, Herrera JJ, Florsch CL. Etude des veines du pied par phlébographie à contrecouraant. J. Mal Vasc. (Paris) 1988; 13:344-350.

Garrido MB. Anatomia médico cirúrgica do sistema venoso dos membros inferiores. In: Maffei
FHA. Doenças vasculares periféricas. 3ª ed. Rio de Janeiro: Medsi; 2002. vol.1, p. 133-67.

 Lofgren EP, Myers TT, Lofgren KA, Kuster G. The venous valves of the foot and ankle. Surg Gynecol Obstet. 1968;8: 289-90.



Um comentário:

  1. Meu esposo está com as veias dos pes entupidas segundo o medico .Está tomando remedio mas não aliviou o que deve fazer?

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